A distribuidora de energia responde por apenas 6% do total da variação média. Efeitos da escassez hídrica e da inflação impactaram de forma determinante no percentual
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), responsável pela regulamentação do setor elétrico no país, definiu as novas tarifas de energia elétrica que irão vigorar a partir do dia 22 de abril para os mais de 6,3 milhões de clientes atendidos pela Neoenergia Coelba.
O índice médio do reajuste tarifário anunciado pela Aneel foi de 21,13%. Para a baixa tensão, que inclui a maior parte dos clientes residenciais, o efeito médio será de 21,35%. A variação percebida pelos clientes atendidos em alta tensão, como indústrias e comércio de médio e grande porte, será de 20,54%.
É importante ressaltar que do percentual total do reajuste, apenas 6,01% são referentes à Neoenergia Coelba. Os custos incorridos com geração de energia e encargos de segurança energética foram um dos que mais impactaram no índice do reajuste. A escassez hídrica registrada no ano passado resultou na redução histórica do nível de água nos reservatórios das hidrelétricas. Em decorrência dessa situação, o Brasil precisou acionar usinas termelétricas de reserva, com custo bem mais elevado de operação.
Como vem acontecendo com outros setores da economia, a pressão inflacionária também influenciou de forma determinante no resultado do reajuste homologado pela Aneel.
Para minimizar o impacto do reajuste, a Neoenergia pleiteou a utilização dos créditos tributários referentes à exclusão do ICMS da base do PIS/Cofins. Além disso, foram antecipados créditos que já seriam mais à frente revertidos aos consumidores e com isso houve redução do índice em 7,93 pontos percentuais.
Mesmo com o atual reajuste, em virtude do fim da Bandeira Tarifária Escassez Hídrica, que estabelecia uma cobrança extra de R$ 14,20 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, o cliente residencial convencional perceberá uma redução média de 1,6% na conta de energia.
COMPOSIÇÃO TARIFÁRIA – Na composição da tarifa, a parte que compete à distribuidora apresenta o menor impacto. Do valor cobrado na fatura, 33% são destinados para pagar os custos com a compra e transmissão de energia. Os tributos (encargos setoriais e impostos) continuam tendo uma grande participação nos custos da tarifa de energia elétrica, representando 35,3% do total. A distribuidora fica 31,7% do valor pago pelos consumidores baianos para cobrir os custos de operação, manutenção, administração do serviço e investimentos. Isso significa que, para uma conta de R$ 100,00, por exemplo, R$ 31,70 são destinados efetivamente à empresa para operar, manter e expandir todo o sistema elétrico nas 415 cidades atendidas pela distribuidora.
Iniciativas para reduzir o valor da fatura de energia
A Neoenergia Coelba ressalta que é possível adotar hábitos de consumo consciente. Confira as principais dicas de economia:
Equipamentos eficientes
Adquira aparelhos elétricos eficientes (e use com eficiência). Eletrodomésticos antigos costumam ser menos eficientes. Se puder, substitua-os por aparelhos novos e com selo Procel de eficiência energética. Isso irá ajudar muito na economia de energia e na redução das contas. Pesquise os modelos e potências para saber quais são mais eficientes. Na hora de usar, estude o manual para maximizar o uso e minimizar o gasto de energia.
Desligue o computador se não for utilizá-lo dentro de uma hora
Algumas pessoas acham que deixar o computador ligado 24 horas consome menos energia do que ligá-lo e desligá-lo a cada uso, mas não funciona assim. O monitor pode ser desligado sempre que o usuário se ausentar do ambiente. Se as pausas entre os usos forem longas, de mais de uma hora, por exemplo, o ideal é desligar tudo. Se puder, opte por laptops, que costumam ser mais econômicos.
Fique de olho no carregador de celular
Não deixe o carregador de celular na tomada sozinho ou depois que o aparelho estiver completamente carregado. Além de evitar acidentes domésticos, ele consome energia elétrica.
Aproveite a luz natural
Além de ser confortável para os olhos, aproveitar a luz natural do dia ajuda a reduzir o desperdício de energia. Evite acender luzes em ambientes já naturalmente iluminados, dê preferência por lugares com janelas amplas e paredes claras.
Evite usar a função stand-by dos aparelhos
Nunca deixe os aparelhos ligados na tomada em "stand-by", o famoso "modo espera" que permite ligar o equipamento diretamente. Não há necessidade de continuar consumindo energia se você não os está utilizando. Prefira tirar o eletrodoméstico da tomada quando não estiver em uso, mesmo que você não ache prático. Neste caso, a comodidade não compensa o desperdício.